"Agradeço a Deus-Pai por me ouvir e me atender. Agradeço a Deus-Pai por ouvir minhas palavras antes de eu as proferir, e atender a meu pedido antes mesmo de eu expressar." Masaharu Taniguchi



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sobre o perdão

Como eu perdôo os outros por seus atos horríveis? Como posso perdoar o franco atirador? Isso não é real? É a distração do ego? Eu também tenho medo do que é real. Quando eu digo, que acima de tudo eu quero ver, fico aterrorizado. Eu tenho tido muitos problemas em abrir mão do mundo que nós fizemos. Eu amo algumas das minhas criações, como minha família. Eu não preciso morrer para voltar para a minha realidade? Eu não vou ficar solitário?

R: O perdão que o Curso está nos ensinando é um processo de olhar para uma situação, tal como a do franco atirador matando, e nos perguntarmos o que esse evento está nos dizendo sobre o que acreditamos. Nós começamos olhando honestamente para nossas reações a esses assassinatos, o que inclui todos os tipos de sentimentos e julgamentos sobre as vítimas e os vitimadores. Todos esses sentimentos e pensamentos são úteis para revelarem as crenças ocultas do sistema de pensamento do ego; a de que o mundo é real, de que nós somos corpos, de que o que chamamos de morte é o fim do que chamamos de “vida”, de que somos vulneráveis ao ataque... e a lista prossegue. O Curso então nos pede para reconhecermos todos esses sentimentos e pensamentos sobre nós mesmos que projetamos nas vítimas assim como nos vitimadores. Estamos aprendendo que sentimentos/pensamentos, junto com a dor que causam, já estavam dentro de nós antes de acontecerem. O evento apenas pareceu causar os sentimentos. É por isso que o Curso diz que nós perdoamos nossos irmãos pelo que eles não fizeram. “Esteja disposto a perdoar o Filho de Deus pelo que ele não fez” (T-17.III.1,5). Os franco-atiradores não causaram nossos sentimentos, nossas crenças equivocadas o fizeram. Se nós estivermos dispostos a olhar para qualquer situação dessa forma, estaremos começando a questionar as mentiras do ego. Então, estaremos em uma posição de pedir outra forma de ver. Isso algumas vezes é muito difícil de fazer, requer prática e muita honestidade, mas é a única maneira de podermos entrar em contato com as crenças que estão nos mantendo enraizados em um sistema de pensamento que está nos causando muita dor. A dor está vindo de acreditarmos nas mentiras do ego, e não da situação, nesse caso, os assassinatos. É muito importante praticarmos isso sem negarmos quaisquer dos sentimentos ou pensamentos que tenhamos sobre os eventos ultrajantes nesse mundo de medo e ódio do ego, e sem forçarmos a nós mesmos a aceitar um novo sistema de crenças que desafia nossa perspectiva egóica usual. Isso só vai nos entrincheirar em nossas visões equivocadas e nos tornar mais amedrontados. Se estivermos dispostos apenas a dizer “talvez eu esteja errado sobre isso”, então, o mundo que nós fizemos e todos os nossos relacionamentos, incluindo aqueles a quem “amamos”, se tornam nossa sala de aula para aprendermos a interpretação do Espírito Santo sobre tudo o que experienciamos, em vez de servir como uma distração. (Note: o Curso usa o termo “feito” para o mundo do ego. “Criação” refere-se à extensão do amor de Deus apenas no nível da Mente). O Curso nos diz que o Espírito Santo não vai tirar qualquer um dos nossos relacionamentos especiais de nós, mas que, em vez disso, vai nos dar uma interpretação e um propósito diferentes para eles. Sem eles, não ficaríamos cientes das nossas crenças equivocadas sobre nós mesmos ou dos nossos julgamentos (quer sejam bons ou maus) que nos mantêm em nosso sono profundo. Nós mesmos nos fizemos ficar com medo do que é real, e é por isso que temos um Professor que está nos convidando a dar os pequenos passos com Ele em direção a uma nova forma de pensar. Se fizermos isso com Jesus ou o Espírito Santo ao nosso lado, não vamos estar solitários ou mortos. Eventualmente, estaremos totalmente despertos do sonho, com a compreensão de que estávamos de fato apenas dormindo, sem nenhum pensamento ou necessidade de morrer. Nesse meio tempo, cada passo no perdão nos leva para mais perto da nossa verdade, onde nossa família vai incluir a todos, e não vamos experienciar qualquer senso de perda.



Kenneth Wapnick - Q & A - FACIM

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